quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ENTRE A CRUZ E A ESPADA!

Entre a cruz e a espada!


Melhor que seja assim,
Entre o sol e a chuva,
Gosto de mel e uva,
E perfume de jasmim.

Porque é esse o jeito,
Pra se levar a vida,
Como fera ferida,
Sorriso e amor no peito.

Alerta com o destino,
Sem perder ou sem passar,
Conjugando o verbo amar,
De uma forma sem atino.

E se preciso for então,
Erguer a espada embainhada,
Luta com tudo meu camarada,
Pois a vida espera não.


Santaroza

terça-feira, 29 de novembro de 2011

DUAS TAÇAS!

Duas taças!


Duas taças de vinho,
Banhadas á luz de velas,
Uma tinha batom,
A outra estava vazia.

Sons de piano na sala,
Meias pelo tapete,
Perfume de azaléia,
Em lençóis amassados.

Negros como a noite,
Olhos que me olhavam,
Doce como açucar,
Lábios que me beijaram.

Duas taças de vinhos,
Ambas tombadas no chão,
Uma se encheu de vinho,
Outra ficou por ali!


Santaroza

PÊSSEGO!

Pêssego!


Nasceram as flores do pêssego,
Logo teremos frutos doces,
Rosados como flamingos,
Á espera de um beijo faminto,
Que lhe sugue a seiva!


Santaroza

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ELAS!

Elas!

Na vastidão
Da noite azul,
Pura e imprópria
Caminha.

Já meio desvestida
Cansada da lida,
Ainda sonha
Com fadas.

Atrelada ao destino
De sutiã apertado,
Salto quinze
Sonha só.

Travessia incompleta
Meio senhora e dama,
Chora e ri
A vida é alheia.

Cauta e inculta
Calcada em um borrão,
Não pensa só age,
Finge ser.

Quem quer
Pega e come,
Quem não
Finge não ver.

Santaroza

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SAPRAY!

Spray!



Como spary de tinta fresca,
Espalhada em muro velho,
Fixo em minha cara,
Um sorriso ainda teima.

Minha bandeira, meu lastro,
Hasteada á meio mastro,
Em reverencia de mim,
Que sou e não sou feliz.

Oscilo entre céu e calvário,
Num pitoresco cenário,
De rosado martírio,
No fundo não sei viver.

Talvez viver seja isso,
Ter momentos mestiços,
Da sombra mirando o sol,
E depois caminhar por ele.


Santaroza

A DOIS!

A dois!


Orvalhada
Como se vestida de noiva
Surgia a manhã.

Eu ainda
Tinha os olhos fitos
Na noite anterior.

Poesia
Enrusgada em lençóis
Á espera de mim.

De sorte que
Em beijos ardentes
Soletrei o amor.

E sem sono
Contei estrelas
Até onde deu.


Santaroza

AMIZADE É SOMA!

Amizade só soma!



Não gosto de me apresentar,
Prefiro que me sintam,
Não gosto que me observem,
Prefiro que me perguntem,
Não gosto que me desejem,
Prefiro que me toquem,
Afinal sou igual a ti,
E se alguma diferença tivermos,
É apenas para nos completarmos!


Santaroza

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

EU!

Eu!


Sou assim,
De momentos,
As vezes até de hora,
Noutras até de dias,
Em umas,
Como a aurora boreal,
Noutras,
Como a noite estrelada,

No fundo sou assim,
Uma interação,
Sem fim,
Um verso que não termina,
Pássaro que não se confina,
Luz sobre o outeiro,
Um dia,
De hora toda.


Santaroza

Ainda é!

Ainda é!


Longe vai o tempo em que nossos olhos se buscaram...
Também distante se vai o nosso primeiro encontro...
Lá ao fundo nos anos escondido, nosso beijo primeiro...
As flores murcharam todas, os vinhos fora bebidos...
As gargalhadas inda ecoam pelas paredes, risos reais...
Mas o tempo não foi suficiente, embora tentasse...
Apagar o gosto, doce e amargo de teu eterno beijo...
Posto que o ultimo ainda não nos demos!


Santaroza

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DOCIM!

Docim!


Arde em mim,
Um sentimento assim,
Misto de amargo e docim.

Como pinga de gole,
Como a fumaça e o fole,
Como a formiga e a prole.

É feito ferroada,
De abelha zangada,
Que tini em revoada.

Como cidreira e jasmim,
Lábios de mel e carmim,
É mais ou menos assim.

Um fogo em comichão,
Acho que seja paixão,
Misto de sim e de não!


Santaroza

O AMOR!

O amor!


Desde tempos outros,
Onde cantavam rouxinóis,
Em galho de ciprestes,
Molhados de chuva,
Ouço falar de amor.

Mos dele só vim provar,
Tempos a traz,
Veneno doce em zarabatana,
Possessão de fada e bruxa,
Num misto de sal e mel.

Com vicio morrerei,
Impregnado me encontro,
Perdi as forças e ganhei asas,
Hoje sou delta do Nilo,
Vertente que só, não se completa!

Santaroza

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

GRATO!

Grato!


Por ser quem sou,
Mesmo enredado de medos,
Sobressai minha fé como um respiro.

Por crer em mim,
Muito mais que eu creio em Ti,
Quando acho que tardas a me atender.

Por florir meu dia,
Mesmo que eu só veja depois,
Quando me tomas pela mão e me acalma.

Por ser Deus em mim,
Habitando minha morada pobre,
Enchendo-me de graças todos os dias.

Por manter minha esperança,
Como vela que se acende na noite escura,
Para dar claro ás sombras descrentes!


Santaroza

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VENCEDOR!

Vencedor!


Sou vencedor,
Sempre fui,
O segredo?
A paciência,
A constância,
A fé,
E tudo se depositou,
Em minhas mãos,
Que de verdade,
Já foram mais calejadas,
Hoje apenas colhem,
Das plantas plantadas,
Nos campos arados,
E a Deus oferecidos!


Santaroza

FEITIÇO!

Feitiço!


Trevo de quatro folhas
Encruzilhada de terra
Pinga em cuia de barro
Fita de cor amarela
Doce de mamão rosa
Perto do pé de alecrim.

Trança de duas cores
Farinha de mandioca
Água de cheiro azul
Cajado de sucupira
Cigarro de fumo doce
Viola no peito colada.

Foi um feitiço de amor
Pra calar a minha dor
Pranto que chorei só
Na fita eu dando nó
Como uma reza rezada
Como cantiga cantada.

E passou como poeira
Como abrir a porteira
Como tirar com a mão
Alivio pro coração
Foi um feitiço de amor
Que calou a minha dor!

Santaroza

DE GARUPA!

De garupa.

As vezes no silencio da noite
que assovia nas arestas da janela,
meu pensamento toma a garupa
do vento e a galope,eu e ele,
voamos ao encontro das estrelas
na esperança de encontrarmos
o riso que perdemos,
na chuva que nos alagou a alma
noutra noite sem sono.

Santaroza

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SAUDADE!

Saudade!

Que seja,
Até que passe o tempo,
E ainda que passe,
Que seja ainda,
Um raio de saudade!

Santaroza

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ABSTRATO

Abstrato...

É o tempo que passa
Não resta esvoaça
Se perde e se esvai
Como folha que cai.

Nômade de mim
Caminho assim
Sem mais atenção
A vida é de roldão.

São caminhos de pedra
De tropeço e de queda
Não há nada de flor
Somente estupor.

O suor é a rima
Que faz a volta por cima
E não poupa ninguém
Que quer ser alguém.

Desse pântano sou flor
Mas também eu sou dor
Convertido em poesia
Neste fel que judia.

Sou tropel, sou cavalo
Sem elmo e sem alo
Abstrato de mim
Eterno e sem fim!

Santaroza

ASSIM!

Assim...


Sou de néon
Da cor de batom
Sabor de alecrim
Cor de carmim.
Vestido de nada
De alma alada
Faminto de amor
Sempre em louvor.

Santaroza

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PRISMA!

Prisma!


Como num prisma,
Onde a luz facetada,
Se recria em novas cores,
Assim sou eu,
Quando te vejo,
Sem saber,
Vivo de amar!


Santaroza

Depois!

Depois!

Melhor seria que fosse agora,
Mas se preferes á tarde,
Então te espero!

Santaroza

terça-feira, 8 de novembro de 2011

MEU LEME!

Meu leme!


Era possível tocar as estrelas,
Era possível voar por entre elas,
Porque era possível ter amor.

Era possível sonhar,
Era possível caminhar na areia,
Porque era possível ser feliz.

Era possível fazer de conta,
E iniciar nova história,
Porque era possível ser ingênuo.

Foi possível até o outono,
Quando vieram as chuvas fortes,
Que aluviaram minhas terras.

Foi possível enquanto foi mágico,
Antes da rotina da moenda,
Que vergou-me feito cajado.

Mas será possível?
Ante a tempestade que se avizinha,
Sim será! O leme é meu!

Santaroza

AINDA!

Ainda!


Por derradeiro,
Próximo da hora ultima,
Já assinalado pelo tempo,
Ainda direi que te amo,
Para que até a eternidade
Esteja certa disso!


Santaroza

Direto!

Direto!

Olhando a tarde em mormaço,
Cheia de guarda-chuvas apressados,
Tenho pensamentos em profusão,
Engraçado! Todos em tua direção!

Santaroza

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Livro!

Livro!


De mim,
Guardo lembranças ótimas,
Que me chegam,
Geralmente á noite,
Quando não há luar,
E floresce a solidão.
Nem por isso,
Deixo de dormir meu sono,
Meu passado,
É o alicerce,
Que me trouxe aqui,
Entre retas,
E curvas,
De percalços,
E muitos risos.
Tenho de mim,
Lembranças ótimas,
Que por certo,
Estão gravadas,
Em pedras e paus,
Paredes e muros,
E em varias folhas,
Que somadas,
Darão um livro!

Santaroza

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Lua!

Lua!

As vezes, quando há lua,
E a brisa traz perfumes orvalhados,
Sinto que a saudade quer se aninhar,
Não deixo, não posso, sei onde te encontrar!

Santaroza

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

EM VERSOS!

Em verso!


Nasci das estrelas do céu,
Foi gerado nas conchas do mar,
Cavalguei em cavalos marinhos,
Vim pra terra ainda molhado,
Gatinhei e aprendi a andar,
Fiz trilha nas areias desertas,
Me deitei na sombra das arvores,
Me apaixonei pelas fores do campo,
E hoje me dou em forma de verso!

Santaroza

Flores!

Flores!

As flores ao rés da rua,
Em cantos cada vez mais esguios,
Aprisionadas em vasos suspensos,
Relegadas á meros enfeites,
Dão-me a noção de mim mesmo,
Formatado em disco rígido,
Embalado e rotulado,
Nesse mundo midiático!

Santaroza

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crente!

Crente!


Houve um tempo que eu acreditei,
Hoje prefiro ter certeza!

Santaroza

PRESSA

Pressa!


Ai de mim que tenho essa pressa,
Enevoada de um tempo que urge,
Ai de mim, que assim não vejo,
E se vejo é de relance, de passagem.

Ai de mim que sem raízes, vôo,
E sem chão não me assento,
Ai de mim que sobrevivo,
E assim não vivo, dou passagem.

Ai de mim que tudo me encanta,
Mas que tudo me passa,
Ai de mim se não florir agora,
É primavera lá fora, de passagem.

Santaroza