quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Tempo!

Tempo!


Clamam as horas lá fora,
Aqui o tempo emperra,
Súbito, como vento,
Árido como nada.

E as rosas? Perguntas,
Se não as vejo, não sei,
E se sei minto?
Ou passo.

O vidro me envolve,
Embora lúcido,
Eu embotado,
De nada não sei.

E o tempo sucede,
Aqui com vagar,
Embora lá fora,
O vento vigie.

Santaroza

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PEITO!

Peito!

Me encanta num conto,
Dos teus mais profundos,
De teus submundos,
Me conta e pronto.

Me de tuas senhas,
Teus guizos e chaves,
Entre agudos e graves,
No silencio me tenhas.

Me banha em tua prosa,
De teus entretantos,
Em teus acalantos,
Que eu sei são de rosas.

Me guarda no peito,
Ao lado das flores,
Junto a teus amores,
Um de teus eleitos!

Santaroza

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

2011!

2011!


Tem sido assim,
Dias sem fim,
Uma viagem,
Uma sondagem.

Como flores,
Como amores,
De muitos sabores,
De vários atores.

Perseguindo sonhos,
De caminhos risonhos,
Á sombra do muro,
Num lugar seguro.

Não há uma receita,
Nem desta feita,
É só chão e passo,
Num mesmo compasso.

Não há horizonte,
Nem após o monte,
Talvez eu não saiba,
Talvez não me caiba.


Santaroza

NATAL!

Natal!

Que todas as luzes do natal
E que toda a luz natural
Tome tua vida de magia
Como se fora poesia.

Que os anjos digam amém
Que fora não fique ninguém
Que seja de paz e amor
Que tenha cores de flor.

Para que possas repartir
E com todos compartir
Da forma que mandou Deus
A todos os filhos seus.

Que seja um portal de esperanças
Que não te esqueças das crianças
Pra que possam frutificar
Conjugando o verbo amar.

Em fim, que seja grandioso
Sem se esquecer do idoso
Passado de teu futuro
Luz de teu dia escuro.

Santaroza

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

COM AMOR!

Com amor!


Perfuma meu dia com amor
Me dando de teu sabor
Reencosta-te em meu peito
Pra que eu te sirva de leito.

Confunda a minha cabeça
Pra que atônito me esqueça
Do temporal, dos trovões
Dos entreveros anões.

E como quer não quer nada,
Dessa forma enluarada,
Da-me um beijo bem doce,
Liberta-me, como se fosse.


Santaroza

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ALMA!

Alma!




Ao sabor da chuva que cai,
Lavada se encontra minha alma,
Peregrina que é das noites escuras,
Viajante dos sonhos de alguns corações,
Morna se deita em lençóis de cetim,
No afã de encontrar o sabor de teu beijo!
Alma minha incauta e incontida,
Sofrida e esfolada das guerras perdidas,
Batalhas de alcovas em noites de lua,
Ao som de pianos de butécos vazios,
Arfas ainda molhada de chuva,
Cansada da luta encharcada de amor!


Santaroza

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ENTRE A CRUZ E A ESPADA!

Entre a cruz e a espada!


Melhor que seja assim,
Entre o sol e a chuva,
Gosto de mel e uva,
E perfume de jasmim.

Porque é esse o jeito,
Pra se levar a vida,
Como fera ferida,
Sorriso e amor no peito.

Alerta com o destino,
Sem perder ou sem passar,
Conjugando o verbo amar,
De uma forma sem atino.

E se preciso for então,
Erguer a espada embainhada,
Luta com tudo meu camarada,
Pois a vida espera não.


Santaroza

terça-feira, 29 de novembro de 2011

DUAS TAÇAS!

Duas taças!


Duas taças de vinho,
Banhadas á luz de velas,
Uma tinha batom,
A outra estava vazia.

Sons de piano na sala,
Meias pelo tapete,
Perfume de azaléia,
Em lençóis amassados.

Negros como a noite,
Olhos que me olhavam,
Doce como açucar,
Lábios que me beijaram.

Duas taças de vinhos,
Ambas tombadas no chão,
Uma se encheu de vinho,
Outra ficou por ali!


Santaroza

PÊSSEGO!

Pêssego!


Nasceram as flores do pêssego,
Logo teremos frutos doces,
Rosados como flamingos,
Á espera de um beijo faminto,
Que lhe sugue a seiva!


Santaroza

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ELAS!

Elas!

Na vastidão
Da noite azul,
Pura e imprópria
Caminha.

Já meio desvestida
Cansada da lida,
Ainda sonha
Com fadas.

Atrelada ao destino
De sutiã apertado,
Salto quinze
Sonha só.

Travessia incompleta
Meio senhora e dama,
Chora e ri
A vida é alheia.

Cauta e inculta
Calcada em um borrão,
Não pensa só age,
Finge ser.

Quem quer
Pega e come,
Quem não
Finge não ver.

Santaroza

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SAPRAY!

Spray!



Como spary de tinta fresca,
Espalhada em muro velho,
Fixo em minha cara,
Um sorriso ainda teima.

Minha bandeira, meu lastro,
Hasteada á meio mastro,
Em reverencia de mim,
Que sou e não sou feliz.

Oscilo entre céu e calvário,
Num pitoresco cenário,
De rosado martírio,
No fundo não sei viver.

Talvez viver seja isso,
Ter momentos mestiços,
Da sombra mirando o sol,
E depois caminhar por ele.


Santaroza

A DOIS!

A dois!


Orvalhada
Como se vestida de noiva
Surgia a manhã.

Eu ainda
Tinha os olhos fitos
Na noite anterior.

Poesia
Enrusgada em lençóis
Á espera de mim.

De sorte que
Em beijos ardentes
Soletrei o amor.

E sem sono
Contei estrelas
Até onde deu.


Santaroza

AMIZADE É SOMA!

Amizade só soma!



Não gosto de me apresentar,
Prefiro que me sintam,
Não gosto que me observem,
Prefiro que me perguntem,
Não gosto que me desejem,
Prefiro que me toquem,
Afinal sou igual a ti,
E se alguma diferença tivermos,
É apenas para nos completarmos!


Santaroza

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

EU!

Eu!


Sou assim,
De momentos,
As vezes até de hora,
Noutras até de dias,
Em umas,
Como a aurora boreal,
Noutras,
Como a noite estrelada,

No fundo sou assim,
Uma interação,
Sem fim,
Um verso que não termina,
Pássaro que não se confina,
Luz sobre o outeiro,
Um dia,
De hora toda.


Santaroza

Ainda é!

Ainda é!


Longe vai o tempo em que nossos olhos se buscaram...
Também distante se vai o nosso primeiro encontro...
Lá ao fundo nos anos escondido, nosso beijo primeiro...
As flores murcharam todas, os vinhos fora bebidos...
As gargalhadas inda ecoam pelas paredes, risos reais...
Mas o tempo não foi suficiente, embora tentasse...
Apagar o gosto, doce e amargo de teu eterno beijo...
Posto que o ultimo ainda não nos demos!


Santaroza

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DOCIM!

Docim!


Arde em mim,
Um sentimento assim,
Misto de amargo e docim.

Como pinga de gole,
Como a fumaça e o fole,
Como a formiga e a prole.

É feito ferroada,
De abelha zangada,
Que tini em revoada.

Como cidreira e jasmim,
Lábios de mel e carmim,
É mais ou menos assim.

Um fogo em comichão,
Acho que seja paixão,
Misto de sim e de não!


Santaroza

O AMOR!

O amor!


Desde tempos outros,
Onde cantavam rouxinóis,
Em galho de ciprestes,
Molhados de chuva,
Ouço falar de amor.

Mos dele só vim provar,
Tempos a traz,
Veneno doce em zarabatana,
Possessão de fada e bruxa,
Num misto de sal e mel.

Com vicio morrerei,
Impregnado me encontro,
Perdi as forças e ganhei asas,
Hoje sou delta do Nilo,
Vertente que só, não se completa!

Santaroza

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

GRATO!

Grato!


Por ser quem sou,
Mesmo enredado de medos,
Sobressai minha fé como um respiro.

Por crer em mim,
Muito mais que eu creio em Ti,
Quando acho que tardas a me atender.

Por florir meu dia,
Mesmo que eu só veja depois,
Quando me tomas pela mão e me acalma.

Por ser Deus em mim,
Habitando minha morada pobre,
Enchendo-me de graças todos os dias.

Por manter minha esperança,
Como vela que se acende na noite escura,
Para dar claro ás sombras descrentes!


Santaroza

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VENCEDOR!

Vencedor!


Sou vencedor,
Sempre fui,
O segredo?
A paciência,
A constância,
A fé,
E tudo se depositou,
Em minhas mãos,
Que de verdade,
Já foram mais calejadas,
Hoje apenas colhem,
Das plantas plantadas,
Nos campos arados,
E a Deus oferecidos!


Santaroza

FEITIÇO!

Feitiço!


Trevo de quatro folhas
Encruzilhada de terra
Pinga em cuia de barro
Fita de cor amarela
Doce de mamão rosa
Perto do pé de alecrim.

Trança de duas cores
Farinha de mandioca
Água de cheiro azul
Cajado de sucupira
Cigarro de fumo doce
Viola no peito colada.

Foi um feitiço de amor
Pra calar a minha dor
Pranto que chorei só
Na fita eu dando nó
Como uma reza rezada
Como cantiga cantada.

E passou como poeira
Como abrir a porteira
Como tirar com a mão
Alivio pro coração
Foi um feitiço de amor
Que calou a minha dor!

Santaroza

DE GARUPA!

De garupa.

As vezes no silencio da noite
que assovia nas arestas da janela,
meu pensamento toma a garupa
do vento e a galope,eu e ele,
voamos ao encontro das estrelas
na esperança de encontrarmos
o riso que perdemos,
na chuva que nos alagou a alma
noutra noite sem sono.

Santaroza

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SAUDADE!

Saudade!

Que seja,
Até que passe o tempo,
E ainda que passe,
Que seja ainda,
Um raio de saudade!

Santaroza

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ABSTRATO

Abstrato...

É o tempo que passa
Não resta esvoaça
Se perde e se esvai
Como folha que cai.

Nômade de mim
Caminho assim
Sem mais atenção
A vida é de roldão.

São caminhos de pedra
De tropeço e de queda
Não há nada de flor
Somente estupor.

O suor é a rima
Que faz a volta por cima
E não poupa ninguém
Que quer ser alguém.

Desse pântano sou flor
Mas também eu sou dor
Convertido em poesia
Neste fel que judia.

Sou tropel, sou cavalo
Sem elmo e sem alo
Abstrato de mim
Eterno e sem fim!

Santaroza

ASSIM!

Assim...


Sou de néon
Da cor de batom
Sabor de alecrim
Cor de carmim.
Vestido de nada
De alma alada
Faminto de amor
Sempre em louvor.

Santaroza

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

PRISMA!

Prisma!


Como num prisma,
Onde a luz facetada,
Se recria em novas cores,
Assim sou eu,
Quando te vejo,
Sem saber,
Vivo de amar!


Santaroza

Depois!

Depois!

Melhor seria que fosse agora,
Mas se preferes á tarde,
Então te espero!

Santaroza

terça-feira, 8 de novembro de 2011

MEU LEME!

Meu leme!


Era possível tocar as estrelas,
Era possível voar por entre elas,
Porque era possível ter amor.

Era possível sonhar,
Era possível caminhar na areia,
Porque era possível ser feliz.

Era possível fazer de conta,
E iniciar nova história,
Porque era possível ser ingênuo.

Foi possível até o outono,
Quando vieram as chuvas fortes,
Que aluviaram minhas terras.

Foi possível enquanto foi mágico,
Antes da rotina da moenda,
Que vergou-me feito cajado.

Mas será possível?
Ante a tempestade que se avizinha,
Sim será! O leme é meu!

Santaroza

AINDA!

Ainda!


Por derradeiro,
Próximo da hora ultima,
Já assinalado pelo tempo,
Ainda direi que te amo,
Para que até a eternidade
Esteja certa disso!


Santaroza

Direto!

Direto!

Olhando a tarde em mormaço,
Cheia de guarda-chuvas apressados,
Tenho pensamentos em profusão,
Engraçado! Todos em tua direção!

Santaroza

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Livro!

Livro!


De mim,
Guardo lembranças ótimas,
Que me chegam,
Geralmente á noite,
Quando não há luar,
E floresce a solidão.
Nem por isso,
Deixo de dormir meu sono,
Meu passado,
É o alicerce,
Que me trouxe aqui,
Entre retas,
E curvas,
De percalços,
E muitos risos.
Tenho de mim,
Lembranças ótimas,
Que por certo,
Estão gravadas,
Em pedras e paus,
Paredes e muros,
E em varias folhas,
Que somadas,
Darão um livro!

Santaroza

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Lua!

Lua!

As vezes, quando há lua,
E a brisa traz perfumes orvalhados,
Sinto que a saudade quer se aninhar,
Não deixo, não posso, sei onde te encontrar!

Santaroza

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

EM VERSOS!

Em verso!


Nasci das estrelas do céu,
Foi gerado nas conchas do mar,
Cavalguei em cavalos marinhos,
Vim pra terra ainda molhado,
Gatinhei e aprendi a andar,
Fiz trilha nas areias desertas,
Me deitei na sombra das arvores,
Me apaixonei pelas fores do campo,
E hoje me dou em forma de verso!

Santaroza

Flores!

Flores!

As flores ao rés da rua,
Em cantos cada vez mais esguios,
Aprisionadas em vasos suspensos,
Relegadas á meros enfeites,
Dão-me a noção de mim mesmo,
Formatado em disco rígido,
Embalado e rotulado,
Nesse mundo midiático!

Santaroza

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crente!

Crente!


Houve um tempo que eu acreditei,
Hoje prefiro ter certeza!

Santaroza

PRESSA

Pressa!


Ai de mim que tenho essa pressa,
Enevoada de um tempo que urge,
Ai de mim, que assim não vejo,
E se vejo é de relance, de passagem.

Ai de mim que sem raízes, vôo,
E sem chão não me assento,
Ai de mim que sobrevivo,
E assim não vivo, dou passagem.

Ai de mim que tudo me encanta,
Mas que tudo me passa,
Ai de mim se não florir agora,
É primavera lá fora, de passagem.

Santaroza

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fantasia!

Fantasia!


Essa sua fantasia
Embebe minha poesia
Misto de bruxa e fada
Cor de rosa e dourada.

Pronta para voar
Espero que pra me amar
Chegue num vôo rasante
E seja em mim constante.

Com ou sem fantasia
Seja na minha poesia
O verso de meu condão
A flor de meu coração!

Santaroza

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Bilhete!

Bilhete!


Repleto de saudades floridas,
Emolduradas pela primavera,
Sonho com a noite passada,
Que de mim parece tão distante,
Embora sinta ainda teu calor,
Nos lençóis em que me deito.
Digo-te isso amor meu,
Para que não te esqueças,
De nosso trato entre beijos,
Não sei se antes ou depois,
Daquilo que durante foi amor,
Que hoje teríamos mais!

Santaroza

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teu sabor!

Teu sabor!

Bebo de teu sal
Na cuia de tuas mãos
E de teu mel
No côncavo de teus beijos.
Doce tempero
Que me desatina
Sabor fatal
Que me impreguina.

Santaroza

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Gosto!

Gosto!

Gosto de teu gosto
Meu lado oposto,
E dessa sensação
Que infla o coração,
Quando beijo tua pele
Pra que se revele,
E em meus braços depois
Somente nós dois,
Ao clarão do luar
Beijados de mar,
Como o vento e a flor
Nos deitemos em amor!

Santaroza

Perfume!

Perfume!


Donde vem esse perfume
Que me embriaga feito vinho
Á luz da lua junto ao mar?
Por certo vem com o vento
Que por ai deve ter passado
E me chegou com essa saudade!

Santaroza

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Não!

Não!


Demorou um tanto assim
Quase perto do sem fim
Amor que te trazia amor
Amor que se esvaiu amor!

Demorou bem mais que eu
Quase que me põe ateu
Amor que te dediquei amor
Amor que se perdeu amor!

Demorou quase um deserto
Sem um cheiro teu por perto
Amor que eu guardei amor
Amor que não te dei amor!

Demorou quase um alento
Se transformou em lamento
Amor que te pedi amor
Amor que me perdi amor!

Santaroza

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Teu jeito!

Teu jeito!

Não imaginas o quanto me cativas com esse teu jeito,
É como se fora um tapete de flores por todo meu peito,
Por onde me deito nas noites de lua para sonhar,
É que desse jeito é impossível eu não te amar!

Santaroza

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Portas!

Portas!


Tenho pra mim que quando portas se abrem
São para que sejam adentradas,
Independente de que o caminho seja tortuoso
São apenas de passagem,
O que vai contar no final não é a porta
São as flores e os espinhos além dela,
Porque todas as portas desembocam em outras
Como folhas de um livro grosso!

Santaroza

Construção!

Construção!

Compartir
É a melhor forma de amar
Posto que a doação
É um jeito de construir!

Santaroza

Tantas!


Tantas!

Se as dores são grandes,
É porque as saudades são muitas,
Das alegrias que foram tantas!

Santaroza

Tantas!

Tantas!

Se as dores são grandes,
É porque as saudades são muitas,
Das alegrias que foram tantas!

Santaroza

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

POESIA EM ORDEM ALFABÉTICA

Á caminho!


Não tenho mais a primavera dentro de mim,
O outono foi chegando e me deixando assim,
Como as folha varridas daquele ipê lilás,
Esparramadas ao chão como num tanto faz!

Mas como sou pássaro de temporada,
Buscarei para mim outra morada,
Chorar pra que? A vida é assim,
Uma busca constante e sem fim!

Um dia, por certo, encontro novo verão,
Mesmo que apenas em meu coração,
Não dizem que a fé é a ultima que morre,
E quem a tem é em deus que se socorre!

Pois então! Estou á caminho do verão,
E nem me importo qual seja essa estação,
Estou certo que será maravilha,
Mesmo que ao final seja só uma ilha!



Santaroza







A forja!

 

 

Ah! Se pudesse me afastar da fornalha,

Onde o suor me molha,
E o ferro se malha,
E o vento me olha!

A brasa é incandescente,
O calor ondulante,
O malho estridente,
E a dor é constante!

A água resfria,
O ferro que chia,
O martelo é meu guia,
E a espada se cria!

Ah! Se pudesse... Mas sou artesão,
Sou como o carvão,
Rubro de coração,
Tenho a arte na mão!



Santaroza







A serra!

 

 

 

Nesse momento range a serra que serra a mata,

É uma após a outra, arvores tombadas em cascata,
Elas não sangram, não gemem, não choram, rolam,
Mas é um massacre sangrento e  eles as degolam.
Pronto, esta feito, a arvore virou madeira,
Em breve neste chão só haverá poeira,
Depois é claro que passar a queimada,
Que lambe a terra e não deixa nada.
Ai mais tarde, vem o fazendeiro,
Grande arauto e mensageiro,
-A terra é feita pra plantar, capim ou mantimento,
mato é desperdício, é boiolice, deslumbramento.
Não tenho medo das serras nem  dos idiotas de plantão,
Meu medo é que pela burrice o mundo se torne um carvão,
Azul tinto de negro, ponto escuro no universo,
Rima sem compostura que não cabe no meu verso!


Santaroza










Acho!



Atrozes são as dores que sinto,
Dores de parto,
Misto de lagrimas e riso,
Mistura de incerteza e paixão,
Acho que já seja amor!


Santaroza





















Água fria!
(em homenagem á aquela mulher)



Em pleno sol de meio-dia, haviam roupas no varal.
Roupas alvas, puídas, ainda rotas, mas lavadas.
Tremulavam ao vento passante como bandeiras.
Enquanto lavava a mulher cantava pra não chorar.
Pés descalços, água fria do riacho que corria e ria.
Na água seu reflexo aparecia mas o sol a retorcia.
No varal haviam roupas brancas lavadas na pedra negra.
A espuma fazia bolas que em prece iam ao céu redondas.
Enquanto lavava a mulher suava, e o rio ria e a lavava.
Ela não sabia, mas era “seu dia”! mesmo assim a água era fria, o rio ria, a roupa era rota, e  ela sofria!



Santaroza














Ah!é!



Nuvens de poeira...
Falas passageiras...
Sussurros ao vento...
Manso lento...

Mãos que se entrelaçam...
Braços que se laçam...
Olhos que se olham...
Bocas que se molham...

Gestos indefinidos...
Desejos consumidos...
Coração acelerado...
Pensamento alado...

Ah! Isso é amor...
Um doer sem dor...
Num jeito de nós...
Simplesmente a sós!


Santaroza







Amor é assim!



Antes de tudo, depois nada,
E já é quase madrugada,

Tempo fechado, vai chover

E quem é quer saber...
A lua e eu somos irmãos,
Ela no céu e eu no chão,
Eu a vejo da vidraça,
Ela me espera na praça...
Tenho uma rosa entre os dentes,
Paixão, sei lá, beijo ardente,
Tremenda decepção,
E então, pra que então...
Mas o amor é desse jeito,
É chave de qualquer peito,
Abre a porta, entra e mora,
Mas às vezes não demora...
É reta que vira curva,
Ai a visão se turva,
E esse poeta chora,
Chove aqui dentro e lá fora!


Santaroza






Andarilho!

 

 

Na tentativa de acertar eu errei

Tentando rezar eu pequei
Foram muitos os descaminhos
Por demais os espinhos
Portas  abriram e fecharam
Sonhos vieram e passaram
Pintei quadro fiz poesia
Fiz pose na fotografia
Perdi minha essência
Eu só tinha aparência
Eu era quem crucificava
E pensava que mandava
A terra não é redonda á toa
Só quem tem assas voa
O mundo virou e eu perdi
Foi ai que me feri
Hoje sou andarilho
Vivo por ai maltrapilho
Andando de palma em palma
Hoje só me restou a alma!



Santaroza






Ao menos para mim!



Na gôndola que levam meus dias depositei todas as esperanças de encontrar a felicidade. Descobri porem, que nem sempre os mares são mansos, por muitas vezes encontrei tempestades das quais achei que nunca mais ia sair.
Engraçado é que todo dia eu acordava num novo dia, independente da noite entre eles e quando isso acontecia, os mares revoltos iam ficando para traz e calmaria voltava e novamente eu acreditava estar no rumo certo. Entendi então que ser feliz esta em encontrar prazer dentro das minúcias do dia a dia, não há um dia pleno de felicidade e nem há uma noite repleta de temores, o que há são frações de tempo que se alternam entre bom e ruim e o que acaba prevalecendo sempre é a felicidade, independente da quantidade de dias felizes ou tristes.



Santaroza










Carta!


Cheguei ontem no galeão da tarde, em praias serenas de areias finas, de flores vermelhas, de sombras frondosas, de ar perfumado, de águas douradas que matam a sede.
Cheguei, e já embebido de saudades de teus beijos doces, da pele macia, da voz de veludo, da risada em festa, do corpo ao sol, do cheiro de amante, do abraço de teus braços; temo que parta antes do combinado e retorne para teu colo ou te traga para meu reino por definitivo!


Santaroza



















Chama!



Tomado pelo sentimento que me invade agora,
Sem me importar se é tarde o se chove lá fora,
Guiado apenas por meu coração que te clama,
Partirei para teus braços com minh’alma em chamas!
Sedento que me encontro dos carinhos teus,
Afogado que me acho nesses desejos meus,
Voarei a teu encontro como se fora gaivota,
Seguindo o perfume teu, que me indica a rota!
Sou de ti prisioneiro, mesmo que distante,
Posto que para sempre serei de ti um amante,
Tão necessariamente quanto  preciso do ar,
Tão apaixonadamente quanto quero te amar!


Santaroza














Chamego!



O vento agreste sopra a tarde com cheiro de flores,
O serrado esta florido, amarelo, colorido, perfumado,
Oh! Saudade de minha a amada, flor da tarde encantada,
Tomara volte a noite estralada, lua doce em céu azul,
Serenata de viola, água doce de cacimba, mel de fava,
Vestido rodado, blusa florida, dançando descalça na areia,
Oh! Saudade de tu meu chamego!


Santaroza



















Crer!



Por mais que as tormentas me toquem a alma,
Não me desassossegam,  nem me tiram a calma,
Creio em deus, nas alegrias e nas amarguras,
Insisto na felicidade, mesmo nas agruras!

Vezes há em que me dobro ante aos tormentos,
Vezes há em que duram horas, dias, esses momentos,
Depois vem o sol, vem a lua, depois vem as flores,
E por deus, passam, somem todas as minhas dores!

Embora sempre em falta, não sei porque ele me protege.
De alguma forma, por algum motivo ele me elege,
Talvez um dia, eu possa entender para poder explicar,
Ou talvez me baste apenas viver e acreditar!



Santaroza











Da-me!


São de léguas o tempo que tenho saudades, daria voltas infindas ao contorno de ti tantas são,
Passaria todo o tempo que me resta se te fora contar cada dia meu sem a presença tua,
Então antes que mais tempo se perca, da-me um beijo logo!


Santaroza





















De passagem!



Há uma tormenta fria e chorosa que acompanha estas noites de outono, que me deixa sem sono a escutar seus pingos.
É uma ladainha sofrida, de quem derruba lagrimas e suspira nos vento que a leva, como que a esperar o encontro com a lua. O contraste é a paz que se sente, quase palpável, a tingir as trevas com as cores de meus pensamentos, que como a chuva, vão caminhando rumo ao desconhecido, na busca de uma saudade derradeira que em mim também faz goteira.
As poças da chuva se acumulam, também as minhas em lembranças, naufraga meu peito em sonho só!


Santaroza














Desejo!



O encanto e o desejo me impulsionam rumo á tudo que me atrai. É uma corrente de maré quente que me arrasta, muitas vezes desviando-me de meu curso natural. Assim é que descubro muitos oásis, muitos espinhos, muitas rochas, e alguma água fria. Acho que isso é viver, crer na naturalidade de ser, buscar a simplicidade de viver e viver de acordo com o desejo e o impulso. No mais é filosofia, tese, recalque, vontades não realizadas, desejos abandonados, fuga. Quem não tem desejos não tem futuro, pois é do desejo encantado que surge a força que move a montanha, é do desejo que brota a esperança, porque desejar sem cobiça é o mesmo que querer sem fé.


Santaroza














Deserto!

 

 

Salgueiros soprados ao vento

Ao longo de águas tranqüilas

Saudades de terras distantes

Amores feito de areia...

Raras são as noites sem luar

Então o deserto vira mar
Há flautas por entre os arbustos
O sono só vem com muito custo...
Assim meus dias no Atacama
Sonho constante com tua cama
Paraíso que não guardei
Deserto em que me tornei!


Santaroza















É pra já!

 

 

As flores ressurgiram na estrada

Clareadas ao farol da madrugada
Tenho muita pressa para chegar
O carro parece já querer voar
E eu ainda tão distante...
Mas se fecho os olhos é um instante
Não importa se a lua é minguante
Meu pensamento aprendeu voar
Segue as estrelas contornando o mar
Meu coração chega antes a galopar...
Cento e vinte é a velocidade
Agora só paro em sua cidade
E mesmo assim só em seu portão
Pra te sentir de perto, peito e coração
Vou voando, estou chegando é pra já...



Santaroza











Enamorados!


Ouve o silencio que ha em minha voz,
Já muitos sonhos passaram por nós,
Certo que acertava, hoje sei que errei,
Já fui o teu príncipe, não consigo ser rei.
O tempo é implacável e corrosivo,
Estrelas se tornam brasas, abrasivo,
Embora viver seja improviso,
A tristeza nos toma sem aviso.
Corrigir implica em retornar,
Na verdade já cansei de remar,
Me falta paz, me falta ar,
Sobra tempestade, sobra mar.
Sei dos perigos que me rondam
Sei dos olhares que me sondam
Mas meu barco continua fundeado,
Até que voltem ventos enamorados!



Santaroza










Entre aspas!



Prefiro ser vaiado por mentes abertas,
A ser aplaudido por mentes estanques!
Prefiro não ter chance alguma contra a morte,
A ter toda possibilidade de uma vida inútil!
Prefiro ser a verdade de meus erros,
Aos erros de algumas verdades!
Prefiro ter opinião e estar redondamente enganado,
A viver de citações e me encontrar entre aspas!


Santaroza


















Escrevo!


Escrevo a galope,
Driblando as letras,
Moldando formas,
Compondo versos,
Na batida do coração,
Na cadencia do sangue,
No sopro da respiração,
Nos ditames da alma,
Na radiografia do olhar,
Busco um par,
Um elo, um alo,
Um fim, um inicio,
Uma tarde, um beijo,
Um canto, um abraço,
Então escrevo,
Na terra, no ar,
No papel e nas nuvens,
Nos sonhos, nos desejos,
Na vastidão de minh’alma!


Santaroza








Esse coração!



Meu coração não é vala comum,
Não é igual a nenhum,
Nasceu único e sem par,
É finito, tal qual o mar!

Toca praias e rochedos,
Vive pela vida sem medo,
Não pode ser aprisionado,
Apenas pode ser amado!

As vezes é destemperado,
Avança os limites marcados,
Fere-se com facilidade,
Mas vive a plena liberdade!

Mas não é vala comum,
Isso, de jeito nenhum,
E só será repartido,
Se for realmente querido!


Santaroza







Explicação!


Acho, não sei, que as coisas que mais me aproximam, do sentido daquilo que é Deus, são as obras plantadas por todo o universo.
Sei que para tudo o homem tenta uma explicação humana, cientifica, mas não há como negar que nem para tudo o homem tem explicação.
Eu por mim não preciso de explicações, para a coloração de uma rosa, para o perfume do jasmim, para o canto da do sabiá, para a algazarra dos periquitos.
Eu apenas me dou por satisfeito de ainda viver num mundo onde é possível sentir tudo isso, tocar isso, na maioria das vezes.
Fico imaginando quando só existir concreto e homens, uns olhando para o outro buscando explicação!


Santaroza













Fada és!


Toca-me o coração,
Com tua vara de condão,
Permita-me a felicidade,
Fada és de verdade!

Sou ave em vôo rasante,
Mintas vezes errante,
Apartado das alegrias,
Em sonhos, utopias!

Cansei das coerências,
Prefiro as inconseqüências,
Afinal nada há de errado,
Num peito apaixonado!

Mas toca-me com teu condão,
Estenda-me tua mão,
Arranca-me deste chão,
Seremos um só então!


Santaroza








Falta!

 

 

Perfumes de rosas

Cheiro de jasmim
Cações pelo vento
O dia todo assim
Dias de saudades
Suados e lentos
O peito em acalanto
A alma em repouso...
Que falta tu me fazes!
Busco-te por ai
Não te acho nem aqui
Sombras dessas nuvens
Sonhos que passaram
Dores que ficaram
E não se calam
Uivam, zombam
Riem de mim...
Que falta tu me fazes!



Santaroza








Fatal!


Sem palavras e sem poesia
Foi bom enquanto houve tempo
Ainda vivo das saudades
Meu mundo caminha lento
Palavras que eu selei
Que com beijos marquei

São tatuagens em mim

Vão para onde vou
São marcas que você deixou
A partir de um paraíso criado
De um sonho sonhado
De um desejo vivido
De uma vontade a dois
Não temos mais inicio
E em final
Somos um só elo
Fatal!


Santaroza










Fé!


Dos vales queimados de minha’lma sobem rodamoinhos de fumaça branca rumo a céu azul...
São o ardor de meu pranto que em forma de oração buscam no infinito o encontro de Deus...
Posto que transpassado fui pela flecha do destino, amarga e sem perdão...
Atingido fui, mas abatido nunca, posto que guardo minha fé não em mim...
Assim quando a alma se encontra am chamas, choro, e o pranto se põe em riso, pois lavadas são minhas dores!
Por isso talvez tenha eu mais dias de sorrir que dias de chorar, pois só eu sei onde guardo minha Fé!

Santaroza
















Foi!


Sinto em meu corpo a na alma, as emanações que de ti me sondam...
São ondas de calor, reflexos de luar que me abraçam e me deitam quieto...
Sinto do que sobrou de teu perfume, uma profusão de desejos calados...
São fases em que me torno lobo e vagueando pelas noites tenho as estrela por teto...
Uivar não mais adianta, já que todos os pássaros voaram pra o sul...
Restam então as rosas, que murchas estão, espalhadas por todas as estradas de meu corpo!



Santaroza














Fonte!

 

 

 

Sedento das fontes de teu corpo corro pela noite escura, tendo apenas teu perfume como parâmetro para alcançá-la, mesmo assim arriscando-me a amanhecer perdido e só, busco-te certo que estou, de que se ao menos conseguir vê-la terei encontrado a fonte da felicidade eterna!



Santaroza





















Hiato!


O orvalho já resvalava por teu corpo exposto ás primeiras estrela, teu semblante era um misto de paz e distância, teus olhos tinham as mesmas cores do céu e das flores, tua respiração era num ritmo lento, suave, tua boca entreaberta tinha a cor de rosa, teu perfume se misturava aos de laranjeira, tuas mão suaves e finas seguravam a grama  macia em que te deitavas, nenhum pano te tocava, estavas entre a terra e céu, num hiato de tempo que se chama amor!


Santaroza


















Hoje!


Hoje me encontro sem falas e as letras não me chegam, talvez por causa de meu estado de alma, que em descompasso com meu coração teima em estar só!
Assim, sem as letras que me fazem poeta, curvo-me a minha insignificância de olhos fixos no horizonte no aguardo de que alguma estrela traga-me uma inspiração nova!


Santaroza




















Jasmim!



Não há mais gerânios na janela,
Murcharam todos de saudades dela,
As mesmas que me tomam de assalto,
Lavas que me queimam, em basalto!

A quando então, a noite chega em lua cheia,
Meu peito arde, a vista molha é uma peleia,
Mesmo de longe ainda moras, dentro, em mim,
Ainda sinto tua presença em noite assim!

A rede chama balançando na varanda,
Estrelas correm em brincadeira de ciranda,
O vento sopra, mas já não traz o teu perfume,
Lágrimas rolam embalando meu queixume!

Fazer o que se o destino quis assim,
Ponto final. Mas esse amor não teve um fim,
Pois esta claro, que como brasa vive em mim,
Foram-se os gerânios, mas ainda tenho o jasmim!


Santaroza







Katana!

 

 

Meu sabre se encontra embainhado

Das lutas se encontra cansado
Agora só esperamos o amor
Seja lá pra quando for!
Andamos por flores de cerejeira
Passamos pelos espinhos da roseira
Participamos de todas as guerras
Espiamos por todas as terras!
Hoje a paz reina em nosso peito
Queremos o amor por nosso leito
Como garoa de fim de tarde
Amor, doce que sara e arde!

Santaroza
















Marilia.

 

 

Lua! Olha fundo em minha alma,

Da-me de beber tua calma,
Que estou farto das tempestades,
E encharcado de saudades!

Lua! Toma-me pela mão tua,
Desveste-me a alma, deixa nua,
Para me libertar dessa paixão,
Estopim de mim, coração!

Lua! Aproveita o véu da noite,
Despeja em mim feito açoite,
Flechas de tua prata,
Antes que a paixão me mata!

Lua! Só me ouve mais um segundo,
Agora sós, somos nos dois no mundo,
Ta a girar andarilha,
Eu a procurar por Marilia!



Santaroza







Me fazes!



Baixei meu escudo,
Depus minha espada,
Ferido da guerra,
Me ponho por terra.
Procuro teus braços,
Teus olhos de sol,
Procuro teu colo,
Eis ai o meu solo.
Me lavas a alma,
Com beijos de sal,
Descansa meu peito,
Me põe em teu leito.
És meu oásis,
No deserto da vida,
Aqui não serei,
Pois aqui eu sou rei!


Santaroza










Meu prazer

 

 

Nas horas mais clandestinas

Saio de esquinas em esquinas
Em cada canto de minha alma
Sem mesmo nenhuma calma
Á procura da volta de teu amor
Para isso engulo e driblo a dor
Te quero antes do raiar da aurora
A noite é curta e minh’alma chora
Lobo que sou sem destino
Me vejo assim sem atino
Como um infante, um menino
Coração aos pulos qual sino
Rosa que és de meu amor
Deixaste o espinho levaste a flor
Mas teu perfume me empreguina
Sei, tu es minha prova e sina
Então buscar-te é minha constante
Por isso vivo daqui prali  errante
Pois só me sinto em paz em teu colo
Tu sabes! És meu prazer e meu solo!



Santaroza







Minha face!


Em minha face trago muitas faces, obra e escultura do tempo passante...
Algumas delas inda caminham comigo nos dias de hoje, mesmo depois...
São as da felicidade, as únicas que me permito lembrar e guardar...
Mesmo assim, creio que não seja essa a face que definira meu legado...
Pois a face que mais luto hoje para prevalecer é a face do poeta...
Que essa fique, que as demais passarão com o cavalgar das horas sós!


Santaroza














Mutante.

Na verdade sou mutante,
Hoje quiçá, melhor que antes,
Sou um crente, duvidante,
Sou a constância errante!

Tenho amarras que me prendem,
Tenho senhores que me vendem,
Porem tenho asas para voar,
E muitos sonhos para sonhar!

Suponho sempre que sei meu destino,
Minha cabeça inda é a mesma de menino,
Vivo cada momento de alegria ou de dor,
Não me importa! O que me move é o amor!

Sou despretensioso por natureza,
Só guardo em mim o que é de beleza,
Não sou um mar de castidade e pureza,
Mas sou o reflexo de minha certeza!

Por isso sou um eterno mutante,
Mudar é um acertar constante,
Viver só da letargia,
Para mim seria castrar a poesia!


Santaroza




Nada!



Assim que a chuva parar,
Roubarei aquela flor,
Me porei de novo ao mar,
E te levarei meu amor!
Acenda as velas, ponha a mesa,
Haverá noite no céu,
E seras a sobremesa,
Meu doce banquete de mel!
Amar é mais que estar,
É querer ter,
Nem que eu tenha que voar,
Eu vou contigo ser!
De mim levo apenas eu,
Pois a ti quero me dar,
Em ti não terás nada meu,
Nada, além de te amar!



Santaroza









Paralelas!


Não tente mudar-me...
Sou como o vento que passa sem destino...
Não tente mudar-me...
Pois se assim for serei uma cópia tua...
Não tente mudar-me...
Em novo eu posso não me adaptar...
Tente compreender-me...
Aceite-me assim, como sou, sem margens...
Tente compreender-me...
Sou como criança, posso ser levado pela mão...
Tente compreender-me...
Afinal o amor iguala as gentes...
Somos diferentes para nos encaixarmos...
Se perdermos isso seremos paralelas!


Santaroza













Pedaço!


Eu sou feito do barro da terra,
Moldado nos sopro do vento,
Gosto do cheiro da relva,
Não temo a chuva que vem,
Sou parte de cada torrão!
Meu coração é alado,
Não perco tempo em chorar,
Pois creio mais no amor,
Não tenho destino certo,
Alem do dia de hoje!

Santaroza


















Perdidamente!


Trovões partem-me ao meio,
Quero teu colo, quero teu seio,
Sou negação sem teu amor,
Senhora és meu senhor!
Sabes me tomar e ter,
Sabes me domar e ser,
Da-me  de beber da fonte,
Conheço-te os montes!
Sou assim a parte menor,
Porque tu és a parte melhor,
És o mar e eu a areia,
Todo envolto em tua teia!


Santaroza















Refletindo sobre...



A morte não faz parte de nosso cotidiano, apesar de banalizada pela mídia em geral.
A morte é particular, tanto para quem morre e muito mais para quem fica.
A morte é um momento único, quem morre nunca mais morrera, e quem fica nunca mais o verá.
A morte não deve ser entendida, deve ser aceita com resignação, de acordo com a fé.
Alias morte e fé têem um condimento em comum, ambas são aceitas incondicionalmente, posto que sem provas.
A morte é passagem, é redenção, é ressurreição, é reencarnação, em fim é algo que não se explica.
A morte não para o tempo, nem para quem vai, nem para quem fica; quem vai fica nas lembranças, quem fica não pode ir ainda.



Santaroza










Rima!


Em revoada parto, pois já se faz tarde...
Mesmo que ontem tenha soprado ventos de amor...
Hoje os que me levam já são de saudades...
Parto antes que crie raízes e queira frutificar...
Embora sejam os pastos verdes e a água doce...
Outras terras inda não vi, embora já as tenha sonhado...
Por isso parto, sem adeus ou despedida...
Simplesmente sigo a rota  rumo á rima!

Santaroza




















Sara!

 

 

 

O vento da tarde me toma de abraço

Me sara as feridas me lava o cansaço
Logo é noite e tenho encontro marcado
Eu a saudade e um peito murchado!

Á noite teus olhos tem jeito de lua
Loba molhada que se veste de nua
Lembro-me agora dessas fazes tuas
Mastigou-me de amor como carnes cruas!

Se foi, e agora, fiquei eu e o desejo
Com sede, com fome do sabor de teu beijo
Não adianta gritar, nem tão pouco chorar
É na noite e no vento que te espero chegar!



Santaroza











Saudade!

Quando a morte nos toca seu abraço é apertado, é um nó enforcado, faz doer, faz sofrer, range, estala, e não se cala, não da folga, aperta, afoga, amarga, amarra, dói...
Não se encontra explicação, é um mar de solidão, é um éco no deserto, não importa quem ta perto, é frustração, é descontinuação, parada obrigatória, luta inglória...
Pôxa e eu tinha tanta fé, fiz um calvário a pé, senti o cântico das almas, passei por vales escuros, não encontrei mais o sol, mas na hora certa veio o dia e depois mais uma noite e eu sem nenhuma poesia...
Passou e passara, como passaram as outras, ficam apenas as lembranças, espinhos de um dia triste que acendeu e escureceu, como o fogo ao vento soprado, assim espero, assim quero, posto ser minha alma maior, e minha fé imutável!

Santaroza














Todos são amores!

 

 

Amor assim de praia

Amor assim de saia
Amor em um repente
Amor já sem corrente
Amor de vagarinho
Amor só de carinho
Amor de um olhar
Amor de se molhar
Amor que dói no peito
Amor que não quer leito
Amor por devoção
Amor só de paixão
Amor cumplicidade
Amor felicidade
Amor de mão na mão
Amor de coração
Amor de desejar
Amor de lambuzar
Amor de qualquer jeito
Amor de nosso jeito!


Santaroza







Tu poema!



Não há mais estrofes para que eu te componha,
São tanto os meus desejos que tu nem sonhas,
A poesia fica pequena pra descrever tanto amor,
Por mais que se esforcem as letras, nuca serão flor!

Teu olhar me penetra feito flecha de cupido,
Neste instante sou cristal, refratado e partido,
Perco o rumo, o caminho, o prumo e a direção,
Alcanças a minha alma e me deixas sem noção!

Assim sou prisioneiro atrelado a teus desejos,
Se me queres sou feliz e me perco em teus beijos,
Porem se não me queres sou poema que divaga,
Sou verso que se perde e rima que naufraga!


Santaroza












Um causo.

 

 

Parei um cadim

Nessa curva do camim
Pra sinti o chero da rosa
Eita que fulô formosa!

Vermeia feito sangue de gente
I u prefume intão que contente
Inté nem da mais vontade de i
Si pudesse morava aqui!

Que pena que num dá
Mas te prometo rosa; vô vorta
Gosto de vê ocê ancim
Parece que se rindo pramim!


Santaroza













Uma janela!


Não procuro um sentido para minha vida, busco a realização de meus sonhos.
Também não os persigo como um caçador de borboletas, eu os construo com as mãos.
O destino me deu um livro em branco, apenas colocou data de inicio, o fim é comigo.
Diante disso, só me resta escrever uma história, da qual sou  autor e personagem principal.
Se ao final ela vai ter um epílogo feliz, vai depender de minhas pinceladas agora!
No mais, a vida esta á minha frente para ser vivida, aberta como uma janela para o mar!


Santaroza















Vozes do amor!

 

 

 

Vozes enevoadas me chegam do passado,

Mistas, tintas, vagas de écos cansados,
São vozes empoeiradas que foram risos,
Hoje não são mais que pequenos frisos,
Que dividem meus dias como fazes de lua,
Me ferindo de morte de saudades tuas,
Sopros de cinzas sopradas ao vento,
Passos de um poema que caminha lento,
Acordes de uma canção que ficou na mente,
Pólen que se espalhou em mim feito semente,
Frações de um sentimento que  ainda se sente,
Calo a voz, pois sei, meu coração não mente!


Santaroza